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#EsteOutroMundo

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Um Breve Olhar Sobre a VIDA.

Disse Gandhi uma Vez "Que a verdadeira obra de arte da vida é fazer da vida uma obra de arte"...e quando dizemos "a minha vida não presta", ou coisas semelhantes temos de nos lembrar que a vida somos nós que a fazemos, as decisões somos nós que as tomamos...consequências, prós e contras sempre haverá em cada acção nossa cabe-nos a nós decidir o quais serão e as suas influências!

   Ao lerem este texto, pensem como se as memórias fossem um livro já lido, o presente fosse o que desejam e o futuro fosse uma dádiva.  Durante este ano lectivo conheci um novo poema, que me fez pensar no que éramos, somos e seremos...no que já vivemos e viveremos, pois a cada milésimo de segundo há passado, presente e futuro.

 

O poema chama-se Amén e é de José Régio do livro "Encruzilhadas de Deus".

 

 

"No circo cheio de luz
Há tanto que ver!...

(...)
(E eu sou aquele palhaço
Com listras!, e estardalhaço,
Chamando público...)

(...)
Uma bailarina dança.
(...)

Os seus movimentos de hoje
São, talvez, iguais aos de ontem,
Aos olhos de quem não vê
Que o gesto feito uma vez
Já se não faz como fez.

Ai!, a vida!
E eu que ouvi que a vida é um dia!
Mas acaba e principia
A cada instante do dia...

(E eu também sou bailarino:
Também danço!;
Também não tenho descanso;
Também cá vivo fingindo
Que só vivo repetindo,
Muito embora
Saiba como a toda a hora
Vario e crio,
Ruo e fluo,
Como um rio...)

Na plateia, um homem bêbado
Tem olhos vítreos do vinho.

(...)
Que mentira e que verdade
Que é a vida!

(E eu sou, também, esse bêbado
Que a força de desejar
Transformou em realidade
O seu desejo.
Na verdade...,
Sim, na verdade, não vejo
Porque me não enganar...)

O acrobata, que belo,
Cinturado de amarelo!

(...)

Ai!, a vida!
Poema da Tentação...

(E eu sou aquele acrobata:
Não subi nem me exibi;
Não me tapei de amarelo,
Nem meu corpo é de oiro e prata,
Nem eu sou belo...
Tenho dó de não ser belo!
Mas sou aquele acrobata.)

Ri, palhaço!

O palhaço entrou em cena,
Ri, cabriola, rebola,
Pega fogo à multidão.

Ri, palhaço!

Corpo de borracha e aço,
Rebola como uma bola,
Tem dentro não sei que mola
Que pincha, emperra, uiva, guincha,
Zune, faz rir!

Ri, palhaço!

 

 

Ri..., ri de ti para os outros,
Ri dos outros para ti,
Ri de ti para ti... ri!,
Ri dos outros para os outros...,
Ri, arre!, ri, irra!, ri!

 

Não!, que não!, que eu não lamente
Quem então, mesmo que o tente,
Não deixa de se exprimir
Tão brutalmente.

 

Palhaço, ri!

 

Eu não sei ter dó de ti:
Por miserável que seja,
Não se tem dó do que é belo.

 

(... Porque,
Será preciso dizê-lo?,
Também sou esse palhaço
Feito de borracha
E aço...)

 

Ai!, a vida!
Que trambolhões na subida,
Que ascenções pela descida...!

 

Entre os mil espectadores,
Encolhido,
Pequenino,
— Meu menino, ino, ino... —
 

(...)

 

Que linda história de fadas
Se não vai desenrolando!,
Com princesas encantadas
Desencantadas,
E jovens reis escalando
Que muralhas invencíveis
Ao ritmo de árias terríveis,
Enquanto um príncipe excêntrico
Engole espadas e chamas,
Vem divertir o seu povo,
Trava prélios
Com dragões,
Gigantes,
Bruxas,
Anões,
—Criações
Dum mundo novo...

 

 

Ai!, a vida!
Maravilhosa historieta!

 

(E eu sou aquele menino:
Sou poeta...)

 

(...)

 

Do outro lado da arena,
Certa cara mascarada
(...)

Porque está ali essa máscara,
Sozinha na multidão,
Fechada no seu caixão
De solidão e silêncio?...

 

 

E ai, minha mãe e meu pai!,
Todos que me quereis... ai
Que eu sou também, afinal,
Todo esse frio mortal...!

 

... Porque eu sou tudo!, — afinal.

 

E, mais do que bailarino,
Palhaço, acrobata, menino,
Bêbado ou esfinge, sou
A terra,
O chão que eles pisam,
E o pó que sobe e os envolve...
Moro lá em baixo, enterrado,
Muito lá em baixo!, e calado.
Pairo por cima ondulando,
Ando
No ar
Espalhado...

 

Ai!, a vida!

 

Que a vida não tem limites,
E quem vive não tem paz,
Menino, por mais que sonhes!,
Por mais que desejes, bêbado!,
Palhaço, por mais que grites!,
Por mais que vás, acrobata!,
Por mais que vás...!

 

Ai!, a vida!

 

 

 

... Assim, me surge tão bela,
Tão digna de ser vivida,
Sorvida
Até se esgotar,
Que eu sei que é faminto dela
Que me hei-de matar."

 

   Com certeza já ouviram este lema em algum lugar... "A vida são dois dias, faz directa", agora mostro-vos algo que também não é novo:

 

"A vida é curta: quebra as regras, perdoa rápido, beija devagar, ama honestamente, ri descontroladamente, e nunca te arrependas de nada do que te fez sorrir."

 

 

 

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