Eu Digo Coisas como Tal
Porque andava há seculos para acabar este poema...
(Eu digo)
Não...
Esse caminho é incerto,
Deserto,...
E sabe Deus que mal há-de vir
Por tais vielas de jasmim,
Por tais estradas de cor carmim
que me afogam em desejos!
E cerram-se os lábios húmidos
E cerram-se os olhos brilhantes das lágrimas,
Prendem-se os meus braços
Como páginas de uma vida
que começa agora a ser vivida
Secando esses aspectos cerrados,
Ainda frescos de um passado que não existiu.
Esquecem-se as nuvens de chover,
Esquecem-se os meus pulmões de respirar
Ar tão impuro que nos rodeia.
Porquê fugir?
Esse mundo não fui eu que escolhi,
Esta vida não fui eu que pedi.
(E eu digo:)
Não...
Esse caminho é estreito,
Apertado,...
E ninguém sabe o que pode surgir
Por tais ruas tristes,
Por tais caminhos livres
Que não me vão deixar exprimir!
E eu decoro a palavra "felicidade"
E eu decoro o que significa "liberdade"
E prendem-se os meus braços
Como páginas de uma vida
Que começa agora a ser vivida
Apagando esses pecados,
De um passado especial...
E eu repito...
Repito coisas como tal.
[Eu Digo Coisas Como Tal, , 2010]