So What?
As palavras não saiem como antes...são maiores, mais fortes...custam a sair. O tempo foge por entre os espaços que as letras das letras vão deixando, e olho para um relogio e lá vai aquele tracinho movendo-se a velocidade da luz, pontinho a pontinho... e depois o outro pequeno, mais atrasado, mais devagar acompanha-o de longe, de perto, de longe, de perto... Fica escuro e depois claro, e escuro outra vez e eu apercebo-me da passagem de dias, de hosras, minutos, segundos, mas não consigo acompanhar os ponteiros dos grandes relógios que vou desenhando com o olhar, com os dedos que deslizam sobre tudo... menos o que desejo. Desenho-os no ar, no chão, nas mesas, cadeiras... relogios analógicos ou digitais, como que conseguisse pará-los na hora em que quero , ou que os desenho... Mas não pára e eu faço milhares de coisas, digo milhares de coisas, e não alcanço objectivos ou metas.
São Sorrisos misturados com água salgada de quando se sente algo que se quer, se toca algo que se quer, se faz algo que se quer, se diz algo que se quer.