O amor, Deus e outras coisas
Sou católica. Aliás, sou a dita " católica praticante". Não sou ingénua ou inocente. Não sou católica ferverosa. Há muitas coisas que ponho em causa, mas há outras em que acredito profundamente. E uma dessas crenças que apoio, defendo, acredito ferverosamente (perdoem-me a redondância) e pela qual luto e vivo... aliás, respiro, é o amor e o poder dessa força sobrenatural (que para mim é Deus, mas que no mundo existe sobre as formas mais inimagináveis e fantásticas e com os mais diversos nomes), sobre ele.
Numa outra publicação, há já alguns anos escrevi sobre o destino e, para mim, Ele tem poder sobre a nossa vida, dá-nos caminhos à escolha, mas influencia-nos e ensina-nos conforme as escolhas que tomamos. Mas nunca, nunca nos deixa sós.
Hoje, e em concordância com acontecimentos recentes, cruzei-me, (num website), com este texto que vai ao encontro de tudo o que acredito e no que, cada vez mais, me faz ter a certeza de que Ele não dorme.
"Hoje em dia existe muito medo de tomar decisões definitivas, como a de se casar, pois as pessoas consideram impossível manter o amor vivo ao longo dos anos.
O Papa Francisco fala deste tema e convida-nos a não nos deixarmos vencer pela “cultura do provisório”, pois o amor que fundamenta uma família é um amor para sempre.
O que entendemos por “amor”?
Com a sabedoria e a simplicidade que o caracterizam, o Papa Francisco começa com um importante esclarecimento sobre o verdadeiro significado do amor, já que, diante do medo do “para sempre”, muitos dizem: “Ficaremos juntos enquanto o amor durar”.
Assim, ele pergunta: “O que entendemos por ‘amor‘? Só um sentimento, uma condição psicofísica? Certamente, se é assim, não se pode construir nada sólido. Mas se o amor é uma relação, então é uma realidade que cresce e também podemos dizer, por exemplo, que se constrói como uma casa. E a casa é construída na companhia do outro, não sozinhos! Não queiram construí-la sobre a areia dos sentimentos, que vão e vêm, mas sim sobre a rocha do amor verdadeiro, o amor que vem de Deus.”
“O matrimónio é um trabalho de ourivesaria que se constrói todos os dias ao longo da vida. O marido ajuda a esposa a amadurecer como mulher, e a esposa ajuda o marido a amadurecer como homem. Os dois crescem em humanidade e esta é a principal herança que deixam aos filhos”, acrescenta.
Três palavras mágicas para fazer o casamento durar
O Papa esclarece que o “para sempre” não é só uma questão de duração. “Um casamento não se realiza somente se ele durar. A sua qualidade também é importante. Estarem juntos e saberem amar-se para sempre é o desafio dos esposos.” E fala sobre a convivência matrimonial: “Viverem juntos é uma arte, um caminho paciente, bonito e fascinante (…) que tem regras que se podem resumir exatamente naquelas três palavras: ‘posso?’, ‘obrigado’ e ‘desculpa'”.
“‘Posso?’ é o pedido amável de entrar na vida de alguém com respeito e atenção. O verdadeiro amor não se impõe com dureza e agressividade. São Francisco dizia: ‘A cortesia é a irmã da caridade, que apaga o ódio e mantém o amor‘. E hoje, nas nossas famílias, no nosso mundo amiúde, violento e arrogante, faz falta muita cortesia.”
“Obrigado’: a gratidão é um sentimento importante. Sabemos agradecer? (…) É importante manter viva a consciência de que a outra pessoa é um dom de Deus e aos dons de Deus diz-se ‘obrigado’. Não é uma palavra amável para usar com os estranhos, para ser educados. É preciso saber dizer ‘obrigado’ para caminharem juntos.”
“‘Desculpa’: na vida cometemos muitos erros, enganamo-nos tantas vezes. Todos. Daí a necessidade de utilizar esta palavra tão simples: ‘desculpa’. Em geral, cada um de nós está disposto a acusar o outro para se desculpar. É um instinto que está na origem de tantos desastres. Aprendamos a reconhecer os nossos erros e a pedir desculpa. Também assim cresce uma família cristã.”
Finalmente, o Papa acrescenta, com bom humor: “Todos sabemos que não existe uma família perfeita, nem o marido ou a mulher perfeitos. Isso sem falar da sogra perfeita…”. E conclui: “Existimos nós, os pecadores. Jesus, que nos conhece bem, ensina-nos um segredo: que um dia não termine nunca sem pedir perdão, sem que a paz volte à casa. Se aprendemos a pedir perdão e a perdoar aos outros, o matrimónio durará, seguirá em frente.”
Hoje em dia as relações entre familiares, amigos ou namorados são como um brinquedo estragado. Eu sempre acreditei que dá para "dar um jeito". Acredito que podemos (quase) sempre dar a volta e "arranjar o brinquedo", se essa for a vontade das duas parte.
Mas, infelizmente, estamos numa altura em que a nossa vida sócio-cultural precisava de ter acesso a este tipo de mentalidades, filosofias e palavras.
E, por elas, agradeço.
(texto adaptado para português de Portugal)