De mim, euforia
Não quero saber o que achas sobre mim: vou sempre chorar durante uma comédia romântica, vou sempre chorar em filmes com reencontros ou notícias avassaladoras. Sensibilidade não é lamechiche.
Não quero saber o que vais ficar a pensar quando vires que apesar das armaguras da vida, vires que vivo - sem inocência do que se passa - num mundo realmente cor-de-rosa... E que o meu quarto é da minha cor preferida - o rosa.
Não quero saber se achas que sou uma criança por pensar que o amor é perfeito e que existem príncipes encantados.
Não quero saber se achas que sou uma criança por gostar de ver clássicos infantis e por acreditar em contos de fadas.
Não quero saber se achas que sou ingénua por ser uma jovem adulta e continuar a sonhar acordada - ou se achas um disparate que seja da opinião que todos nós devíamos sonhar acordados e ver o lado bom da vida.
Não quero saber da tua opinião se consideras que a minha vaidade é egoísmo ou futilidade. Para mim a vaidade é o que me dá vontade de saber os meus limites e me lembra que é importante cuidar de mim... Que é importante cuidarmos de nós.
Não quero saber da tua opinião se o facto de acreditar em Deus é ser ingénua. É importante saber separar as coisas e saber no que e quando acreditar.
Não quero saber se achas que por os animais ao mesmo nível dos humanos é estupidez. Somos todos seres vivos, uns têm racionalidade e outros têm outras capacidades. E não, não me interessa se consideras que o facto de não ser vegetariana é cinismo. Não é.
Não quero saber se achas que sou demasiado menininha: nunca se é demasiado adulta para se deixar de ser menininha.
Não quero saber se achas que gosto de sofrer só porque sou insistente: não vou desistir enquanto a felicidade que me der me fizer acreditar nos bons resultados.
Independentemente do que possas pensar sobre mim, interessa-me que saibas que não sou ingénua, interessa-me que saibas que conheço o lado mau da vida, o seu lado negro, mas que não é por um dia ser cinzento que não vamos ver um arco-irís... Interessa-me que saibas que sei que existem os dois lados de uma história e que o amor não traz só felicidade. Interessa-me que saibas que apesar de ter uma criança dentro de mim, não sou inocente. Interessa-me que saibas que nem tudo o que parece é e que os conceitos prévios te podem trazer dissabores.
Não me interessa que me conheças, não me interessa que não me percebas, não me interessa se pensas de forma errada sobre mim. Não me interpretes mal, só não vou mudar determinados aspectos que não acho que sejam errados. E sim, não sou perfeita.
Não me interessa se achas o meu otimismo "coisa de miúda', mas interessa-me que saibas que facto de ser otimista me faz viver de uma forma muito mais intensa.
Obrigada.