Um futuro e tanto, um futuro brilhante, e um par seres divididos, entretanto somados, encontrados de alma gigante e num abraço fundidos.
Descritos em mil epopeias, em romances infinitos, em canções de amor cheias, vêm com asas que não se veem, vêm com tantos abraços apertados, beijos tão bem dados, corpos colados, olhares refinados.
Um futuro tão bem guardado, e que só a deuses pertence, tantas vezes imaginado, delicadamente desenhado, tantas e tantas vezes comentado.
O mais belo dos acasos de tanto em tanto foi sonhado.
Dois corações errantes, Dois quase descrentes, Que creem de tanto em tanto em tudo e nada, factos e teorias, acasos e magias, realidade e encanto, previsões e fado. Em abraços.
E colam-se, refazem-se, partem-se, repartem-se e ficam sempre com as melhores partes. Entre desencontros e percalços, Entre planos e abraços.
O mais belo dos acasos, de tanto em tanto partilhado.
Num mundo bem inspirado, um futuro e dois sorrisos, andam agora de braço dado, eles e os dois corpos lado a lado, eles e duas almas descansadas, eles, e as palavras que trocam, eles, e os momentos que só eles conhecem, eles, e as gargalhadas roubadas, eles e mais uns abraços.
De repente ganho um sexto sentido e fico quieta, estática, imóvel, vejo-te aportar.
Manifesto-o em arrepios, manifesto toda a beleza do que construímos, manifesto cada palavra, cada ruga de expressão, cada canto do teu abraço, cada bater do coração.
Descubro no teu corpo, um mapa. rota de navegação, carta náutica, que me deixa embarcar, e me guia à confiança, e garanto-te como rumo certo, mantendo-te por perto.
Tal estrela do norte, que não me deixa perder. Bússula, Golpe de sorte.
Sorte grande. Tesouro.
E é indiscritível cada vez que chegas, e te aproximas, e me olhas, me beijas, me agarras, me dás a mão.
Guiamo-nos, um ao outro, corredor dentro, escadas acima, de rua em rua, de vida em vida, onda adentro, mar fora, e vamos, de mar em mar, em mar,
amar.
E sinto-te presente, sinto-te em mim. sinto-te meu, fico à deriva em ti, flutuando no que dizes e fazes, mergulhando no teu abraço, navegando pelo teu corpo, nessa tua praia paradisíaca, terra à vista, ilha de luz.
Cheiras a maresia.
Fico à deriva no teu alto mar, flutuo nas tuas águas fundas, corro e mergulho em ti... Descubro o caminho marítimo para fora das tormentas, sem receios e tempestades, e num só beijo, a esperança que trazes, esse Atlântico de emoções.
E resgatas-me de um naufrágio, como se Neptuno fosses. Fazes-me voltar à superfície, Salvas-me de um mar que não é teu, Fazes-me voltar a respirar,
E manténs-me acordada, manténs-me desperta, segura mesmo sem pé, seja em manhãs de calmaria, seja em altas marés.
Percorremo-nos de lés a lés.
E se éramos duas almas afogadas, virámos marinheiros um do outro, um no outro.