What if I don't try, What If I do?
If I Win What I lose?
Quem me conhece sabe como eu sou, o que penso, o que sinto... sabe quem eu sou!
Passo a minha mão pelo braço, contorno o meu rosto quero que tudo se transforme em algo irreal.As nuvens sobrevoam o tecto de minha casa meias alaranjadas e eu não suporto o ar quente que me rodeia. Saber como já foi doce e como já foi amargo...nostalgia aparece lá ao fundo.
Eu fecho os olhos, penso no passado, em quando as gargalhadas me afugavam e em quando as lágrimas apareciam; lembro-me dos sorrisos tímidos, das palavras, dos olhares, dos toques apressados, dos encontrões nas escadas em que quando chegávamos ao topo ríamos... Abro os olhos, agora húmidos, penso em como o que era tão bom de lembrar se tornou tão amargo, tão irresistivelmente mau, tão sínico! Fecho os olhos de novo, lembro-me dos passeios, das mãos dadas, dos beijos, dos segredos, dos elogios, das defesas, das mentiras, dos nomes, da simplicidade, de ser eu mesma como alguém diferente e comparo com o hoje onde sou tão real, tão diferente, tão eu!
É impossível não viver o passado que vivi, porque ele não faz só parte de mim, e qualquer gesto conhecido que apareça vem de lá, se calhar se tivesse sido diferente eu seria hoje também diferente. Agora aprendi a tentar não esquece-lo, mas a recordar as partes boas e a reciclar as más. No entanto, quando ganho algo importante para o futuro, sinto deixar cair um pedacinho de mim...um bocado do meu passado, ou talvez presente. E adapto tudo, recordo tudo: um beijo apressado, uma simples troca de olhar, um toque de lado, uma palavra no ar...talvez um gesto fantasia, um sonho de criança, um episódio de magia, ou uma página de esperança por onde eu terei algum dia passado.
Mas a vida, e agora percebo isso, a vida é assim: se tentarmos desejamos não o ter feito e se não tentamos pedimos para regressar atrás com a alegada promessa de que será diferente...o que está feito não pode ser apagado porque até quando escrevemos a lápis fica marca.