De mim, euforia
Não quero saber o que achas sobre mim, muito sinceramente: vou sempre chorar durante uma comédia romântica, vou sempre chorar em filmes com reencontros ou notícias avassaladoras. Sensibilidade não é lamechiche.
Não quero saber o que vais ficar a pensar quando vires que apesar das armaguras da vida, vivo e acredito - sem inocência do que se passa - num mundo realmente cor-de-rosa...
Não quero saber se achas que sou ingénua por pensar que o amor é perfeito e que ainda existem príncipes encantados.
Não quero saber se achas que sou uma criança por gostar de ver clássicos infantis e por acreditar em contos de fadas.
Não quero saber o que achas por continuar a sonhar acordada - ou se achas um disparate que seja da opinião que todos nós devíamos sonhar acordados e escolher ver o lado bom da vida, mesmo quando conheço o mau. Perdoa-me, mas não é por um dia ser cinzento que eventualmente não vemos um arco-iris. "Não é por morrer uma andorinha, que acaba a primavera"...
Interessa-me que saibas que nem tudo o que parece é e que os conceitos prévios te podem trazer dissabores.
Não quero saber se achas a minha vaidade egoísta ou fútil. Para mim, isso que consideras vaidade, sou eu a conhecer-me - a mim e aos meus limites. E é-me importante cuidar de mim... é importante cuidarmos de nós.
Não quero saber da tua opinião se o facto de acreditar em determinadas questões. É importante saber separar as coisas e saber no que e quando acreditar.
Não quero saber se achas que sou demasiado menininha: nunca se é demasiado adulta para se deixar de ser menininha.
Não me interessa que me conheças, não me interessa que não me percebas...
Não me interessa se achas o meu otimismo "coisa de miúda', mas interessa-me que saibas que facto de ser assim otimista me faz viver de uma forma muito mais intensa. Não quero saber se achas que gosto de sofrer só porque insisto em algumas coisas que parecem sem sentido: também não desisto enquanto acreditar nos bons resultados. E se tu não tens isso...
Não me interpretes mal, mas não vou mudar determinados aspectos que não acho que sejam errados. E sim, não acho que seja perfeita. Independentemente do que possas pensar sobre mim, não sou ingénua. Sei que existem sempre os dois lados de uma história e que o amor não é só felicidade. Apesar de ter uma criança dentro de mim, não sou assim tão inocente.
As coisas mudam... E eu também!
Obrigada.
de 2018.