Descanso em ti.
Eu descanso:
ao chegar a casa e ter-te lá,
sorrindo para mim,
eu descanso.
Eu relaxo,
ao ver os teus olhos brilhantes,
da perspectiva do teu colo,
eu relaxo.
Talvez nunca te tenha dito,
mas tu és o meu descanso.
Tu és o meu descanso,
o meu aconchego,
o meu abrigo,
o meu travesseiro favorito.
Tu és a minha calma,
és o meu casulo,
o meu sonho mais bonito,
a melhor canção de embalar.
És casa,
és morada,
és teto,
as quatro paredes mais seguras.
És o céu, o meu céu,
e a terra,
e o inferno,
és os pés no chão,
a razão da cabeça no ar.
És decência,
perdição,
ponto forte,
ponto fraco,
virtude e defeito,
devoção.
És consciência e irreflexão:
És nascer e por do sol,
Luz e escuridão,
És estrela e és lua,
Sorte a minha,
ser tão tua!
E eu descanso em ti,
que és ponto de encontro
de emoções conhecidas,
de emoções perdidas
ou nunca sentidas,
de emoções promovidas
pelo toque do teu sorriso.
E eu relaxo contigo,
que és fogo e tempestade,
que és paz e calmaria,
que me afoga e traz acima,
que me suga e dá energia.
Talvez nunca te tenha dito,
mas tu és o meu descanso,
o motivo de desligar,
o meu toque de despertar.
És a página mais gasta,
do bestseller mais lido,
és a cor que me fica melhor,
o meu filme preferido,
a música mais ouvida,
com a letra que sei de cor.
És Norte e Sul,
caminho por explorar,
que conheço de ponta a ponta.
És montanha mais alta,
o precipício que não tenho medo de saltar.
És confiança e segurança,
és força que me abraça
e me deixa as pernas bambas,
és recreio em dia de escola,
pausa para café
aberta em céu nublado,
água fresca em dia de calor,
a primeira dentada num gelado.
És silêncio e som,
o melhor pedaço
de cada momento bom.
És as cores todas juntas,
arco-íris a preto e branco,
o longe que se faz perto,
a folga e o aperto,
o equilíbrio,
o errado que não podia ser mais certo.
És o doce e o amargo,
de beijos deliciosos.
És o picante e o salgado,
a sobremesa mais procurada,
a surpresa tão esperada,
o detalhe destacado.
E eu descanso em ti,
quando me acolhes ,
quando realmente me envolves,
quando dizes que me escolhes,
para sempre.
E eu deixo-me relaxar,
quando finalmente me abraças,
e eu me encaixo em ti,
nos braços que me apertam,
sem nunca me apertar,
no peito que desperta
em sintonia com o meu descansar,
nos ombros-casa que me chamam a gritar.
E tu és manhã, tarde e noite,
a melhor parte do meu dia,
desespero e esperança,
a minha constante inconstante,
a minha impaciência incontrolável,
a minha energia contagiante.
E eu deixo-me ir em ti,
em ti que és loucura e sanidade,
tona e profundidade,
o labirinto em que nunca me perco,
curva acentuada em linha reta,
a clara definição de saudade.
E eu descanso em ti,
na tua presença,
no meu finalmente,
no teu para sempre,
no nosso princípio, meio e fim.