Mais que uma Paixão
Mais que um hobby ou que um entretenimento, é uma paixão: é uma maneira de esquecer e lembrar, de dar força e de desabafar, de chorar e de sorrir, de crescer, de aprender, de viver e de sonhar. Sonhos esses descritos, escritos, explicados,implícitos passados para uma mera folha de papel, através de borrões de tinta que por mero acaso fazem lembrar caracteres do alfabeto, conjugados em palavras possíveis de reconhecer no dicionário de língua portuguesa (ou esporadicamente, no dicionário de língua inglesa).
Não o faço por obrigação ou para simplesmente passar o tempo. Faço-o por necessidade e nos momentos mais improváveis. Há alturas em que queria escrever algo e nada sai: talvez apeteça apenas desenhar letras aleatoriamente no papel. Noutras alturas é-se de tal forma envolvido numa onda de inspiração que nada parece ser possível de passar para uma "ex-árvore". Não, não gosto de destruir florestas, contribuir para o desaparecimento dos coalas na Austrália ou da fauna da Amazónia. Antes pelo contrário. Mas não passo sem folhas de papel: quero algo palpável, não um texto digital. Preciso de sentir a caneta a deslizar na folha, não de ver o cursor a piscar. Tem sabores diferentes para quem lê e para mim é uma sensação quase que mágica: é como uma pizza caseira em forno de lenha versus pizza congelada entregue em cadeias de restauração e encomendada por telefone, (apesar do bom aspeto dos anúncios publicitários) e se a desflorestação fosse causada pelas versões manuscritas de escrita criativa o mundo era um lugar bem mais bonito e talvez melhor.
Gosto de escrever, faço-o desde pequena... é algo que me acalma e me envolve de tal forma que quase vivo o que escrevo tanto como escrevo o que vivo.
Não uso palavras caras ou palavras perdidas há séculos atrás, mas não gosto de repetir e por isso inovo com o antigo (e rústico, talvez). Não faço magia com as palavras, mas tento dar-lhes vida.
Não quero impingir letras a ninguém, nem acho os meus textos ideais, mas gosto de mostrar o que faço, ouvir opiniões...
Não tenho uma métrica certa nos poemas, eles variam comigo e como meu estado de espírito. Variam com as palavras que escolho para rimar ou para não rimar. Aprendi há uns anos que se chamam "versos brancos" os versos que não rimam e faço questão de os usar.
Apenas procuro sonhar e o que a boca não consegue dizer, o coração tenta escrever.