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#EsteOutroMundo

#EsteOutroMundo

Dentro de todo o caos.

Eu sabia que voltarias.

Eu sabia que ia mergulhar novamente nesses teus dois pontos chocolate, que iria saborear de novo esse sorriso caramelo que tanta fome me dava, que ainda iria ver o meu corpo no teu a dar um nó - um nó cego, daqueles que custa a desapertar e que nunca ninguém iria ser capaz de explicar.

 

Eu sabia que todo este esforço iria trazer um bom prémio no final, todo este alvoroço traria o melhor resultado possível,  toda esta tempestade traria a maior paz quando passasse. Seria impossível resistirmos, depois de tanto, ao abraço um do outro, aos sussurros e conchinhas, aos cheiros e toques, aos beijos e cuidados. Seria impossível não querermos repetir toda a ligação inegável, toda a paixão que nunca fora pronunciada, toda o fogo que nunca fora controlado, todo o orgulho que sentíamos um pelo outro. Nunca fora segredo, toda a cumplicidade.

 

Mas agora... agora tudo além estava pronto a ser desvendado, por fim. Nada nos pararia! O mundo começara a girar como nós desenhámos: a passadeira vermelha estava, finalmente, estendida para todos aqueles sentimentos oprimidos e a avenida aprumada para os medos sambarem para fora dali.

 

Bem vindos, de alma e coração, ao cliché do resto da vossa vida!

 

Os cientistas deveriam, com certeza, estudar como era possível toda esta química nunca ter dado em explosão. Nunca entrara: sempre a podemos controlar, sempre a soubemos resguardar. Sabíamos como a tratar com o jeitinho certo para ser tão nossa, e só nossa, mesmo que exibicionista.

Dentro do caos da vida e da rotina, dentro do caos da agitação e da ansiedade, dentro do caos de uma anarquia, virámos ponto de encontro. A sorte trouxe-te para mais perto, o destino fez-nos um do outro no momento certo - e eu sabia tão bem o nosso lugar, dentro de todo o caos! O mapa deste tesouro estava muito resolvido: eras centro, eras serenidade, eras ponderação e proximidade.

Nunca fomos urgência, nunca fomos imediato ou promessa. Nunca fomos simulação ou concretude. Éramos segurança e descanso, desejo e amparo. Encontrávamos um no outro um ar mais respirável e uma força que tornava tudo fácil. Encontrámo-nos um no outro, com a tranquilidade de quem sabe que a pressa não traz perfeição: e nós éramos perfeição ideal, dentro de todos esses caos. Nós ficámos um do outro sem deixar de ser de nós, nós ficámos todo um mundo com todo o tempo para se fazer descobrir.

 

Sabíamos que a vida é curta de mais para ficar a pensar , para perder tempo e, talvez por isso, nos tenhamos encontrado finalmente, depois de tanto nos vermos. Vimo-nos diferente, depois de pousarmos um no outro, depois de nos encontrarmos. Aterramos um no outro, novamente e no nosso nada caos, com todo o caos em volta: eu sabia que voltarias - e eu não precisava de ti, não precisava desse teu jeito ou de toda a paz que me trazias, nem te ia pedir para ficares para sempre, mas esperava que o quisesses tanto quanto eu. Dava tempo para isso - ainda dava tempo para ficarmos um no outro para sempre.

Dentro de todo este caos de estar sem ti, eu sabia que virias. Dentro de todo este caos, que era ter-te sem nos ter, eu sabia que te teria. Dentro de todo este caos de não saber como nos querer, eu sabia que nos queria. Eu sabia que voltarias.

caos.png

 

 

Differences.

Sometimes difference is what brings people together.

 

A little difference never hurt anybody: it may be difficult sometimes, but is not impossible.

And definitely, is not about the differences. 

Is about what brings you together: the joy that you share, the happiness that makes life brighter , the funniest conversations, the excitement of seeing each other every time, the shared secrets - that no one else knows, the inside jokes no one else understands - or sees, the shiniest shiny eyes, the trembling souls - unconditionally, unexpectedly and unpredictably souls, the flare (the flare you had, the flare you share, the flare you make together, since ever, and that no one else will be able to light up)... Is about how great your bright is when you're together - as a vampire in the sun, glittering all around.

It doesn't matter how different you both are, but how you choose to share and combine those differences. It doesn't matter how different you both are, but how great you are together - how you amazingly work together and how your bodies laugh and dance and sing and trill when they are together.

It doesn't matter how different you are, but how much you complete each other and how strong you become for sharing, combining and overcoming those differences.

 

It's not about your differences, but how much your path looks alike. How much your souls are mates, how much your hearts are attuned . 

 

It's about being free, together. It is about being different, but having both of your hearts with the same beat. Is about having each other in common. Is about shared goals, shared memories, shared glances, a shared history and a shared landscape. Is about the best dream ever, coming true and the most important feelings coming together from you.

 

You just have to choose.

Choose wisely. Don't jeopardize those amazing things. Be happy.

Jeitinho elástico.

16 de dezembro de 2020

Sabes aquele teu jeitinho de sorrir?

Não sabes. Acho que não sabes. Não sabes, nem nunca soubeste... talvez nem queiras saber. Mas eu sei. Eu conheço-o e ele mexe tanto comigo!

E tu talvez não queiras, mas ele diz-me muito mais que tu. Talvez eu também veja algo mais do que ele diz na verdade, mas fora exageros, ele diz tanto mais do que o que achas que ele diz (ou do que queres que diga).

Às vezes fico na dúvida se é algum filtro que eu tenho que o põe mais bonito. Ou talvez um filtro que me permita vê-lo por dentro. Ou talvez ele esteja a nu, à minha frente, contra a tua vontade. Mas é esse jeitinho: é esse jeitinho que me abraça e não larga, é esse jeitinho que se aproxima de mansinho e me conquista toda e cada vez, é esse jeitinho que dá saudade, que faz sentir vazio se não está, é esse jeitinho que acalma a alma e deixa o peito em loucura. É esse jeitinho que me acelera o coração quando me desafoga e quando me deixa afogar. É esse jeitinho elástico.

Mas tu não sabes: não sabes que o tens e muito menos sabes o seu efeito. Desconheces por completo o tamanho do bem que me faz que o tenhas (e o mal que me faz quando me o tiras). Não fazes ideia da desarrumação do meu peito que fica quando está sem ele. A agitação louca do meu corpo,  a vontade de gritar

"- Eu gosto de ti."

Sem segredos, sem receios, sem arrependimentos, sem segundas intenções, sem prospecções. Gosto de ti porque sou mais eu contigo na minha vida. Gosto de ti, porque cabem numa mão os teus defeitos - e o maior dele todos e não estares aqui. Gosto de ti, porque é difícil não gostar do que nos faz rir tão genuinamente: e quem diz rir, diz, chorar, sorrir, brilhar, tremer, sonhar, gritar, vibrar.

Rir de mim, rir de ti, rir de nós, rir do mundo, das vontades e do universo. Rir do(no) passado, do(no) presente, do(no) futuro. Chorar do que não foi, do que não é, do que pode ser. Sorrir dos elogios, da saudade, da presença, do teu sorriso, do teu olhar. Brilhar por dentro, por fora, de dentro para fora, e mais intensamente que o sol. Tremer que nem varas verdes quando não te vejo, quando não te toco, quando estou para te sentir junto a mim. Sonhar em contagem decrescente para a realidade. Gritar alto - que gosto de ti, que te quero para mim; gritar alto por não te ter aqui.

Saudades de ti.

Nem sempre foi perfeito. Pelo contrário, mais depressa fomos um desastre do que perfeição. Mais depressa fomos tempestade que bonança. Mais depressa éramos inferno que céu. Mas gostava de nós, gostava das nossa bonança. E do arco-íris, da luz ao fundo do túnel. Para que conste: gostava mesmo.

Odiava a sensação de assunto inacabado, de coisas por falar, de as coisas correrem mal e não te poder contar, porque correram mal contigo. Odiava a sensação de ficar à tua espera e a sensação de sentir que te perdia, porque aprendi muito cedo contigo que não podia ser eu a ir buscar-te. Magoava-me igual todas as vezes e dói só de pensar. Odiava a sensação de achar que não voltavas e de às vezes preferir que não voltasses. Mas eu queria sim, que voltasses, queria muito. Porque o nosso céu era tão bom... o nosso fim do arco-íris era tão mais rico que um pote de ouro, os nossos dias de sol eram tão quentes!

E depois, realmente, começava a parar de chover, as nuvens iam-se dissipando, o arco-íris tímido aparecia e o dia seguinte acordava com um brilho radiante de sol quente. E amava ter-te de volta. E eu não percebia como é que aquilo acontecia. Eu nem entendia a chuva, às vezes! Ainda não entendo muitas vezes como as nuvens se juntam. Não queria que se juntassem, não percebo como acontecia e continuo sem conseguir perceber porque acontece, por muito que tente evitar.

Na verdade, os dias de sol são tão melhores e depois, de repente, lá fica cinzento sem perceber como, porquê... Ah? O quê? Como? Porquê? A sério? Onde? Porquê? De verdade? De onde? Porquê? Chuva, vento, trovoada. Ah? O quê? Como? Porquê? A sério? Onde? Porquê? De verdade? De onde? Por onde? Ah?

É difícil perceber como nos dávamos tão bem e depois tão mal. Mesmo sem mal entendidos, mesmo sem motivo. Depois acreditava que se calhar mais valia ficares perdido pelo nevoeiro provocado pela chuva. Mas não queria. Não queria mesmo. Queria que ficasses comigo e não saísses. Queria que ficasses e o resto acabasse. Queria viver sem tempestades, mas contigo. Ou viver as tempestades contigo.

 

E sabes? Eu continuo sem perceber essas tempestades com tão bons dias de sol a precederem. Uns chuviscos seriam normais, mas não tantas tempestades, grandes, seguidas, tão à séria! E não percebo a tua demora pós-tempestade. Nunca percebi.

E eu tenho saudades: tenho saudades de saber que estavas lá... tenho saudades de saber que bastava chegar a casa, mudar de divisão ou até olhar para a frente e tu estavas lá.

Tenho saudades de como era bom cheirar-te e abraçar-te. De como era tão bom poder tocar-te.

Mesmo quando não estavas, eu sabia que eventualmente viria o momento em que iríamos estar juntos e eu sempre com o mesmo arrepio na barriga, como se fosse a primeira vez. Aconteceu toda e cada vez! E mesmo quando estávamos no mesmo espaço, cada um no seu mundo, era bom saber que estavas ali... Era bom. Mesmo bom. Era bom saber que se quisesse abraçar, tu estavas ali a três passos e meio. Às vezes, sem saberes, ficava só a ver-te.

 

Depois veio uma tempestade em que eu deixei de esperar por ti, porque cada vez mais demoravas mais a voltar. Por muito que eu quisesse, por muito que fizesse, por muito que esperasse, por muito que dissesse...parece que deixou de ser suficiente (ou talvez nunca o tivesse sido). E então, deixei de esperar por ti. Por ti e pelos dias de sol.

Depois eles eventualmente apareceram. E tu não. E eu tinha medo de estar sem ti - tinha mesmo! Queria muito estar contigo. E eu tinha saudades - mesmo muitas - e queria que voltasses - mesmo à séria - mas se não querias aparecer, eu tinha de aprender a aproveitar o calor , mesmo sem ti, e mesmo não querendo estar sem ti.

Ela.

Houve um dia em que abriste a tua mão e a deixaste ir.

Ela não queria, nunca quis, sempre fez força por ficar. Mas foram soltando as mãos, tu foste soltando as tuas mãos com aparente vontade... que podia ela fazer? Tentar puxar-te uma vez mais?! Tentar evitar o inevitável?! Adiar o inalterável?! Não podia. Não queria. Não conseguia. E tu conseguiste, em fim: abriste a tua mão e deixaste-a (ca)ir. E ela foi.

 

Ela foi a olhar para trás, mas seguiu. Teve de seguir. Tinha de seguir. E foi a olhar para trás, de passo lento, com vontade de voltar atrás. Mas não podia e teve de seguir. Ela tinha de seguir. 

 

E depois o tempo passou. E ela foi deixando de olhar para trás, para deixar de tropeçar. Ela foi acelerando o passo para poder fugir das memórias de ti. Ela foi seguindo, como tu quiseste que fosse. Porque ela não queria, mas não podia voltar para o que já não existia, para o que tu - e só tu - não tinhas conseguido guardar.

Houve uma altura em que chegou ao fundo. Ela disse-me que tinha chegado ao limite, em lágrimas.  Disse que ia recuperar-se um dia, acreditando na vagareza do processo. Dizia que o peso da alma não deixava que fosse de outra forma. Dizia que era tanta coisa, que não tinha leveza, nem a força necessária para fazer frente a esse peso.

Depois acho que foi perdendo peso em lágrimas. Acredita que chorou - eu vi-a chorar! Foi ficando mais leve, acredito... e talvez por isso tenha conseguido acelerar o passo. E depois foi começando a crescer -  eu vi-a crescer! Transformou momentos em memórias, momentos em lições. Acho que não deixou nada para trás.

E assim, cresceu, secou, ganhou leveza, sorriu. Eu vi-a sorrir. E foi continuando em frente, de cabeça erguida, de passo mais acelerado. Olhar para trás era cada vez menos frequente. Ela foi aprendendo a viver assim solta, de mãos largadas. Dona de si.

 

A determinada altura perdi-a de vista. Acho que deve ter ganho asas. Tu disseste para ela ir e ela foi. Tu disseste para ela não ir, mas ela já tinha voado. Mandou mensagem: foi correr mundo. 

Não sei se o mundo dos sonhos, se o mundo real, se o mundo literal. Acho que de tudo um pouco. E cresceu, dona de si. Não te esqueceu, porque era impossível isso acontecer. Mas aprendeu a gostar dela e das suas mãos soltas. 

 

Aprendeu a gostar dela e do mundo. Reaprendeu a sorrir - eu vi-a sorrir como nunca, dona de si!

Houve um dia em que tu abriste a tua mão e a deixaste ir. E ela foi, com receio do que aí viria, mas foi. Foi e chorou. Foi e lutou. Foi e descobriu. Foi e mudou. Foi e voou.

Talvez ainda te ame ou talvez seja ainda o peso de toda uma história que se passou. Talvez te voltasse a dar a mão à primeira oportunidade ou talvez te desse de novo o coração, mas não a mão. Ou talvez nenhum dos dois. Nunca mais disse ter sonhado contigo e talvez isso seja um começo. Ou algum ponto de partida. Ou apenas um momento de pausa.

Ela agora traz determinação naquele coração - e no olhar (ai se tu alguma vez lhe tivesses conseguido ler o olhar. E o coração!).  Ela às vezes perde-se, mas acho que sabe exatamente o que quer e só não o diz com medo de se expor. E ela está feliz: pode sentir falta de algumas coisas, mas está feliz. E determinada, principalmente em nunca mais se perder dela. Dona de si.

Houve um dia em que tu abriste a tua mão e a deixaste ir. E ela foi, porque teve de ir. Por ela, para bem dela, porque tu não a sabias mais ter. Houve um dia em que tu abriste a tua mão e a deixaste ir. Não a culpes, ela só fez o que tu pediste, como sempre. 

Houve um dia em que tu abriste a tua mão e a deixaste ir. E ela voou e podia ainda não saber o que queria dali para a frente, mas ficou, com certeza, a saber o que nunca mais queria.

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