Um futuro e tanto, um futuro brilhante, e um par seres divididos, entretanto somados, encontrados de alma gigante e num abraço fundidos.
Descritos em mil epopeias, em romances infinitos, em canções de amor cheias, vêm com asas que não se veem, vêm com tantos abraços apertados, beijos tão bem dados, corpos colados, olhares refinados.
Um futuro tão bem guardado, e que só a deuses pertence, tantas vezes imaginado, delicadamente desenhado, tantas e tantas vezes comentado.
O mais belo dos acasos de tanto em tanto foi sonhado.
Dois corações errantes, Dois quase descrentes, Que creem de tanto em tanto em tudo e nada, factos e teorias, acasos e magias, realidade e encanto, previsões e fado. Em abraços.
E colam-se, refazem-se, partem-se, repartem-se e ficam sempre com as melhores partes. Entre desencontros e percalços, Entre planos e abraços.
O mais belo dos acasos, de tanto em tanto partilhado.
Num mundo bem inspirado, um futuro e dois sorrisos, andam agora de braço dado, eles e os dois corpos lado a lado, eles e duas almas descansadas, eles, e as palavras que trocam, eles, e os momentos que só eles conhecem, eles, e as gargalhadas roubadas, eles e mais uns abraços.
Vais contra o vento, numa velocidade aceitável, mas com uma concentração de quem tem uma meta a alcançar.
Focas o ponto do horizonte e pedalas como se a tua vida dependesse disso, como se não houvesse amanhã. Concentras-te no destino que queres alcançar, remas contra a corrente, corres em contra relógio, com os cabelos a esvoaçarem e deixarem para trás um rápido rasto teu.
Para quem te conhece, não é só o vislumbre do teu cabelo que se atrasa em relação a ti, mas o teu perfume que te lembra a quem pensa que te esqueceu, o aroma que deixas no ar como prova da tua passagem por qualquer ponto de partida, por qualquer pedaço de vida.
É um cheiro infalível, mesmo para a mais fraca memória olfativa - inevitavelmente, fará qualquer pessoa lembrar-se de ti... ou nunca ousar, sequer, esquecer-te!
Ouvir-te será um bónus e só os mais espertos terão coragem de te escutar. Mas se te ouvirem, recordações serão para sempre amaldiçoadas (ou abençoadas) com o tom que te persegue, a ti que poucos percebem, a ti que poucos têm a audácia de conhecer.
E sobre duas rodas, vives essa vida que é tão tua, saboreias o vento, alcanças o horizonte e sentes, contra ti e a teu favor, a fricção da velocidade do ar, a sinergia de um respirar, a rotina de um mundo a girar.
Nem tu sabes o destino que tanto pedalas para tocar, mas quem te conhece cumprimenta a tua vontade e energia quando passas. Não é sorte ou azar brindares portas, portões e lugares com a tua passagem - mas não duvides do quanto isso vai influenciar a vida de quem cruza a tua rota tão decidida, a tua rota tão incerta, tão espontânea e discreta, essa rota tão tua.
Da garupa da tua bicicleta, galopas o mundo, cada canto que tu queiras e que alcanças daí, em todo o seu explendor, em 360º, sem ângulos mortos! Acenas a quem te ilumina o caminho (que que às vezes fica mais escuro, que às vezes perde a cor) e, sem que às vezes saibam, guardas isso com carinho. Tu tens sonhos que levas contigo - às vezes no cestinho, às vezes na mochila, às vezes no coração, mas leva-los sempre, como quem não tem medo de sonhar, medo de mostrar que sonha, medo de mostrar que o sonho comanda o teu pedalar.
Tu pedalas sem destino, com sonho e com esperança, sem saber o que vais encontrar, sem rota ou hora marcada. Mas tu sabes bem onde queres chegar... não sabes?
ATENÇÃO: POST COM ALTA QUANTIDADE DE DOÇURA. DIETAS EM RISCO.
Acreditam em magia? Eu já acreditava, mas depois de descobrir este sítio, fiquei ainda mais convencida. A Velvet nasceu em 2015, digna de um conto de fadas, para trazer a Viseu “algo diferente”, fazer algo para a cidade e para o que as pessoas são, com doces de designs perfeitos, texturas aveludadas e sabores coloridos.
Sabem a pastelaria tradicional? Esqueçam! A Velvet é saborosamente inesperada. O principal ingrediente é o sabor. E depois usa outros “pózinhos” diferentes do habitual nas suas confeções: a paixão, que se saboreia em cada "bocadada" e o perfecionismo, porque “se é para fazer, é para fazer bem feito!” e isso vê-se em cada detalhe. E porque o que é da terra sabe sempre melhor, apadrinhar os produtos da região, abraçando a sustentabilidade local, é uma das prioridades. A Velvet não usa corantes ou intensificadores de sabor: usa produtos frescos, caseiros e de produtores locais sempre que possível, adaptando, assim, normalmente as criações à altura do ano.
A inspiração e os truques que tanto a destacam vêm dos grandes chefes de pastelaria e das experiências gastronómicas vividas pelos criadores desta marca, Marina Rebelo e Pedro Teixeira. No entanto, tudo o que veem associado à Velvet é fruto da persistência e do desejo de continuar a serem diferentes e de terem a sua própria identidade - missão, claramente, cumprida!
Os Cupcakes são a imagem de marca e as Pavlovas foram reconhecidas pela revista EVASÕES, mas a Velvet tem muito mais: tem gelados vegan, tem bolo de maçã e cheesecake cozido, tem limonadas e doces divertidos, tem texturas incríveis “que nos trazem as vivências”, tem sobremesas exclusivas espalhadas por espaços da cidade como o Home Sushi & Asian Food, tem sobremesas comemorativas da nomeação da cidade de Viseu como Destino Gastronómico 2019. E tem presença em muitos dias especiais, com confeções tailor made, criando “histórias em que as pessoas recordem o sabor e a diferença mas, em que essencialmente, recordem o dia”. E se acharam que alguma destas coisas é cliché, desafio-vos a visitarem e verem por vocês mesmos se o que foi utilizado para descrever a Velvet não se desfaz na vossa boca. Para mim, é paragem obrigatória.
Quanto à analogia a conto de fadas, se pensam que é exagerada, vejam a primeira imagem. A sério, visitem e tornem a vossa vida mais doce.
[bolo de batizado criado pela VELVET - imagem Velvet]
[ deliciosa pavlova VELVET]
[LA TANGERINE , primeira sobremesa destino Gastronomia de 2019 - imagem Velvet]
Aprendi com o tempo a deixar o mundo girar consoante a sua vontade: sem pressas, sem grandes medos, sem grandes expectativas.
Sempre disseram que a pressa é inimiga da perfeição e eu comecei a acreditar que se deixarmos a vida fluir, a perfeição pode chegar. Comecei, então, a ter medo de estar demasiado apressada e não reparar nessa perfeição, comecei a ter receio de que estivesse demasiado embrenhada em planos, ia estar distraída quando no seu fluxo ela me trouxesse algo tão maravilhoso que não haveria segunda chance.
Nem sempre é fácil deixar-nos ir: as coisas aparecem de repente, mudam a velocidades estonteantes, descontrolam-se com facilidade. Deixamo-nos ir, mas as coisas novas não vêm - nem de perto, nem de longe - com um livro de instruções ou GPS e eu fico sem saber o que fazer, caio no dilema do coração e da cabeça, no dilema do deixar ir ou tentar acertar. E a cena repete-se: sigo os meus impulsos, guio-me pelos desejos, cedo às minhas vontades voláteis e aos sonhos de menina que já devia saber o quão pouco encantado é o mundo onde vive e o quão mal pode acabar esse capítulo.
E a cena repete-se : se cair, levanto-me. Para todos os efeitos é só mais uma nódoa negra... ou no máximo uma nova cicatriz que vai caindo em esquecimento, para que da próxima vez eu me esquecer que ela lá está e, provavelmente, voltar a, pelo menos tropeçar na mesma asneira. Porque é tão difícil resistir a um coraçãozinho acelerado e um mundo encantados que, eventualmente, me volta a visitar...
E a vida corre, parece que cada vez mais acelerada, como aqueles jogos em que se errarmos, não só perdemos pontos, como o cronómetro anda mais rápido.
E eu acho que acabo por ter pressa de chegar, de saber, de conhecer. Aliás, eu sou assim no dia - a - dia: se a paisagem final é tão melhor, porquê perder tempo num caminho que já conheço? "Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo"*, dizem eles. E, pelo menos, é assim que interpreto a frase.
Mas, às vezes, quando sinto o mundo mais acelerado que eu, abrando. Do que vale a pressa de chagar a uma paisagem bonita se podemos perder todas as vistas do caminho, às vezes tão ou mais incrível que a do nosso destino?
Acho que este equilíbrio é necessário. É necessário saber acelerar, mas é necessário abrandar e olhar à nossa volta, porque muitas (ou quase todas as) vezes, quando paramos e olhamos em volta, a vida é realmente fantástica.
E acho que foi por isso que fui perdendo a celeridade, que perdi a inconsolável vontade de descobrir a razão das coisas. Descobri que mesmo se deixarmos de nos mexer por completo, o mundo continua a girar e, (nem sempre, mas) por vezes, é bom aproveitarmos o que ele nos traz da sua mais recente viagem.
Hoje está a chover. Parece que o dia adivinhou a tua ausência, e eu fui acordada pelo toque do despertador que, sem dó nem piedade, me fez aperceber que era mais um dia sem o despertar suave dos teus lábios e do quente do teu abraço.
O meu corpo também se ressentiu: acordou mole e mal disposto. Foi impossível acordar com um sorriso nos lábios ou um olhar desperto. Acordei pesada, obrigada, embriagada de sono, com o barulho insuportável do novo dia rotineiro e com o peso das cobertas solitárias e solidárias que tentam, com tanta força e fracasso, substituir-te. Coitadas... se elas soubessem o que eu dava para te ter a ti em vez delas!
Nos dias em que estás é diferente. O dia lá fora desperta-nos delicada e deliciosamente com um beijo de luz, e tu acordas-me com um toque quente, um toque quente e tão delicioso como a sensação de dar o primeiro golo na cerveja gelada de fim de tarde escaldante de verão, que mesmo quem não gosta, imagina como saberá tão bem. O teu abraço dá-me umas boas vindas a um novo dia. Umas boas vindas tão reconfortantes como a sensação de vestir o pijama ao chegar casa depois de um longo e stressante dia de inverno e ir para frente da lareira com uma manta.
Fecho os olhos inconscientemente e, como uma criança a olhar para uma estrela cadente, faço um desejo secreto de que estejas cá amanhã, e depois, e depois, e a seguir. Ou... ou depois, ou no dia seguinte, ou no a seguir. Porque a tua companhia faz-me bem! Faz-me tão bem como as mesinhas caseiras que as avós tanto querem impingir quando nos queixamos de algo - e que, efetivamente, nos fazem melhorar tão rapidamente.
Percebo a dificuldade que a vida nos trás, para que tudo isso possa acontecer. Percebo a indiferença da rotina quanto a esse assunto. Percebo a relutância que o mundo terá em nos dar mais tempo. Percebo a hesitação dos nossos corações, num assunto que ambos sabemos como começou, como acontece, onde pode chegar e como pode terminar, dado a um histórico tão presente, que tentamos ignorar.
Tudo isso é compreensível. É complicado conciliar tanta coisa... ainda por cima quando a única coisa que está em causa é o meu bom acordar, o meu bom humor e a minha pujança corporal. Eu encolho os ombros cansados, suspiro profundamente, faço um sorriso meio amarelo e mostro a minha condescendência: com a vida, com a rotina, com o mundo, contigo e com o teu coração. Acalmo o meu que só se lembra da primeira e única coisa que os meus olhos entreabertos e embargados conseguem ver, depois de despertar de uma noite contigo ali, do meu ladinho, como devias estar sempre: o sorriso que me lanças. Esse sorriso que faz o meu dia brilhar, por mais chuva que esteja (e me faz sorrir tanto, também... e que me aquece tanto.
Tudo isso é compreensível. Mas, como se o dia tivesse adivinhado a tua ausência, acordou cinzento e com chuva. Com muita chuva! E o meu corpo ressente-se porque não compreende a chuva - ou a tua ausência. Encolhe-se, retrai-se, amolece, cansa-se: quer-te por perto.
E a vida passou de amarga a doce. Ficou tão doce que eu não precisava tanto de doces! A sério: era tão mais fácil saborear a vida em vez de um pedaço de chocolate e era tão melhor saborear um beijo teu, a um doce qualquer! E, na verdade, fazia-me sentir tão mal uma overdose de doces, e faz-me sentir tão bem a tua pessoa!
A noite também passou de fria para quente, desde os teus "boa noite", mesmo se não os dizes. E as manhãs tornam-se bem mais suportáveis quando acordo e há um "bom dia". Aliás, a contagem decrescente para te ver de novo começa desde o momento que me despeço de ti... e os "bom dia" significam que cada vez está mais próximo o plano para me sentir zen: eu, tu... e qualquer sítio onde possa respirar a liberdade que é estar ali contigo. Eu, tu e o rio. Eu, tu e as árvores. Eu, tu e o mar. Eu, tu e o "onde-quer-que-vamos".
E suportar a rotina passou de praticamente impossível para bastante suportável , desde que os fins de semana compensam tão bem todo o stress semanal e rotineiro.
O ar ficou com outro cheiro, e não é só o da Primavera ter chegado... não é só aquele cheiro a dias compridos e quentes. Mas tenho de confessar que é bem mais fácil associar-te à Primavera que ao Inverno, porque tudo fica mais colorido, calmo, divertido, estonteante, leve e fácil de suportar. Na Primavera e contigo.
E eu tenho noção do perigo que representas. Tenho noção que a calma precede a tempestade. Tenho noção do que isto pode representar, a todos os níveis. Tenho plena noção do que implicas e que implicamos... Mas é tão mais fácil querer-te junto do que te deixar lá longe!
E como tudo o que poderia vir daqui, eu sei que não vai ser fácil. Aliás, eu tenho plena noção que poderá ser bem mais complicado do que fácil... Mas aqui estou eu de novo, pondo-me à mercê do difícil, prometendo tentar facilitar-nos o máximo possível, até onde for possível.
A mim, a ti e aos nossos planos. A mim, a ti e às nossas vontades. A mim, a ti e aos nossos momentos. A mim, a ti e às nossas conversas. A mim, a ti e ao nosso silêncio. A mim, a ti e à nossa calma.
Para todos os efeitos, sempre me apaixonei fácil, sempre entreguei tudo de mim, apesar de não me entregar facilmente. Mas desta forma nunca me tinha acontecido.
Apareceu do nada, como quando o vento muda de direção e eu, que tinha tudo tão (re)definido na minha cabeça, vacilei.
Apareceu como uma lufada de ar fresco, como uma luz ofuscante ao fundo de um túnel escuro como breu, que eu percorria há tempo de mais e não conseguia sair por nada. Apareceu como uma madrugada de primavera, quando finalmente, está a ser anunciada a chegada do verão. Chegou e levou tudo à frente, trouxe-me tudo o que faltava. Trouxe-me o sorriso sincero, o riso aberto e verdadeiro, trouxe-me o tremer interior e o nervoso apaixonado. Trouxe-me o medo de acabar antes do suposto. E já não consigo perceber o significado das coisas se a presença não for uma realidade e se a ausência estiver tão presente como o meu sorriso.
Veio não sei de onde, não sei como, não sei porquê. Mas sei o quando...e o quanto bem me fez - e faz!
Trouxe-me o sentido de orientação que há tanto tempo não tinha, e que não sei se quero perder (e apesar de me orientar tanto, nunca me senti tão desorientada). E não sei se foi ele que chegou, se fui eu que fui. Às vezes acho que fomos os dois, mas depois sinto-o que a puxar-me de onde eu estou. Às vezes acho que fomos os dois, mas depois olho e apercebo-me de que andava à sua procura. Às vezes acho que fui eu, mas sinto que foi ele que me encontrou onde quer que eu estivesse encostada. Às vezes acho que foi ele, mas depois parece que era tanto o que eu precisava que era impossível tudo isto existir, se não fosse eu a precisar. Às vezes acho que não foi ninguém... ninguém cá em baixo, pelo menos.
E veio não sei como, não sei porquê... Não sei porquê só agora - e logo agora!
E há muitos "não sei". Tantos "não sei"! Há muitos "se", muitos "ainda", há muitos "mas" e "porquê". Mas não mudava nada deste encontro inesperado e assolapado. E aconteceu tudo tão rápido! E é tudo tão bom! E faz-me tão bem! E mesmo com todas as dúvidas que sobrevoam, todas as incertezas, todo um horizonte em branco, sem ideia do que trarão os próximos ventos, se dependesse de mim para acontecer, eu estaria precisamente aqui, neste ponto, com ele.
E é tanta coisas que se quer dizer e as palavras calam-se. E é tudo tão inédito, invulgar, extraordinário... e é tudo tão irresoluto, tudo tão incerto! E eu, mesmo assim, gosto tanto!
E eu falo de nós sem respirar, para não interromper e com medo de pausar algo tão bom ou mesmo de usar um ponto final no que já trouxe tanto e está só no início. Falo de nós como uma criança que acabou de receber o presente que mais pediu; falo de nós como um atleta que acabou de alcançar uma medalha de ouro mundial; falo de nós com o entusiasmo de um ator que ganhou um Oscar. Falo de nós com a energia de 20 cafés, como se não houvesse tempo para dizer tudo o que se quer, mas tivesse todo o tempo do mundo para abraçar a paz e tranquilidade que me traz. Porque é assim que me sinto, com ELE: como se não houvesse tempo suficiente para compensar todo o tempo em que ele não esteve e não está, mas tivesse todo o tempo do mundo para viver este "nós" tão único, tão de repente, tão estranhamente bom.
E são tantos sentimentos, tantas palavras, tanta rima, tanta fala, tanto silêncio, tanta vontade de fazer tudo... que, mesmo longe, o sinto perto; que mesmo separados, o sinto abraçar-me; que mesmo no escuro, o vejo. E o resto do mundo parece conspirar contra nós, mas os nossos mundos cruzaram-se como se o resto do Universo conspirasse a nosso favor.
E é tudo tão estranho. E parece que nada dá para exprimir o suficiente, que nada explica claramente tudo o que se passa. E parece que por mais que repita todas estas palavras, nada faz jus à nossa história.
E é tudo tão estranho, tão hipotético. E é tudo tão, tão, tão bom!