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#EsteOutroMundo

#EsteOutroMundo

Um trago de ti.

Só mais um pouco, por favor. Mais um bocadinho, que eu prometo que é rápido!

 

Só preciso de um pouco mais. Uma última palavra, um beijo, um toque, um abraço. Só mais uns segundos, por favor.

Dá-me só mais um olhar, um sorriso, um passeio, um cafuné. Dá-me só mais uma chamada, uma mensagem.

 

Dá-me mais um jantar, uma fatia de pizza encomendada à pressa, uma bolacha... uma dentada, apenas. Dá-me só mais um encontro: bebemos um café? Só mais um copo. Um gole, talvez? Um pequeno tragozinho...

 

Pausa-nos. Guarda-nos. Preserva-nos.

Dá-me só mais um momento. Só mais uma caminhada por mim, num caminho sem volta até ti. Depois volto eu a mim, mas fico-me contigo. Prometo chegar e não partir. Prometo ficar. Prometo-te a minha existência. Prometo os “aindas”, os “tudos”, os “sempre”. Prometo-te as palavras de significado doce, intenso e permanente. Prometo um beijo longo à chegada, um ainda maior nas despedidas provisórias. Prometo-te um toque demorado que pernoite. Prometo-te abraços apertados sem motivo, e os confortantes sempre que precisares. Prometo ver-te. Prometo guardar-te os olhares, os sorrisos e o cafuné de domingo à tarde.

 

Dá-me o que ainda não me deste. Deixa-me dar-te o tanto que tenho para oferecer. Dá-me só mais um pouquinho, que eu dou-te tudo o que poder, para quereres partilhar tudo o que tens para mim. E eu depois dou-te o tempo todo do mundo. Dou-te todo o meu mundo, na verdade. Só preciso de mais um bocadinho... dás-me mais uns minutos , por favor? Umas horas talvez... ainda há tanto para fazer – um mundo gigante para vivermos, um beijo inteirinho para demorarmos.

 

Demora-te aqui: fica com delongas... que daqui, da minha parte, por esses lábios - e todo o resto - não hesito em ficar, e ainda há tanto que te quero mostrar e tanto para te desvendar! Fica mais um bocado, que ainda é cedo. Não vás já, que mal te vi - mal nos senti e bem nos quis. Fica-te por aqui, sim? Pelo menos mais um pouco: dá-me mais um pouco de ti.

 

Dá-me mais um pouco de nós – uns dias, talvez. Talvez seja ousadia da minha parte, sendo o tempo algo tão precioso... Mas seria muito pedir-te mais uns meses? É só mais um pouquinho e perdoa-me a loucura, mas cada vez que penso em ti, quero-te um pouco mais. Quero-nos um pouco mais – um trago do que não era perfeito, mas tão bom.

 

Dá-me mais um pouco de nós: peço, talvez, só mais uns anos e depois ficas o resto da vida, como quem não quer a coisa. Só quero mesmo um trago a mais: um trago dos “sins”, dos “gosto”. Um trago dessa intuição, porque a minha ambos sabemos que não funciona. Um trago de um sonho que não seja tão breve, um trago de um “era uma vez” que pode imediatamente ser um “para sempre”.

 

Dá-me só mais um pouco mais de nós, um pouco mais disto, que soube a tão pouco. Dá-me só mais um trago de nós... só mais um trago de ti, por favor.

trago01.png

...

Podia ter sido a mais incrível das histórias,

o segredo mais secreto,

podia ter sido fantástico como a magia,

discreto como uma brisa suave,

arrepiante como a água gelada,

podia ter sido do tamanho do universo e profundo como o oceano,

podia ter sido suave como a seda e forte como o grafeno,

podia ter sido ansiado como a chuva em sítios de seca,

mais agitado que um furacão,

recordado como cada por do sol...

 

Poderia ter trazido a paz e calmaria,

que se queria.

 

Podia ter sido o mais bonito conto de fadas,

O mais terno sonho,

O mais tocante sorriso,

O mais inocente toque,

O mais inesquecível momento.

 

Podia ter sido mais que uma memória e um olhar,

Mais que meia dúzia de piadas e uma mão cheia de beijos.

Podia ter sido mais que tudo,

Podia ter sido o melhor,

Mais que o mundo,

Muito mais que nada.


Podia ter sido sempre tudo,

e para sempre,

se tu quisesses,

se tu deixasses,

se fosse para ser,

se o mundo e se o tempo -

o amargo, intempestivo, imprevisível e inoportuno tempo -

o permitissem.

Faz-me sonhar, como sempre.

É estranho como o mundo gira e me leva de volta até ti,
como se quisesse que comparasse o que fomos ao agora
e me quisesse a querer-te comigo aqui ,
como antes, como outrora.

Decididamente, acredito hoje, mais que nunca, que as coisas acontecem por uma razão e, aqui estou eu, pronta para o que vier daí, preparada para todas as coisas estranhas e vislumbres. Porque já vi que (pelo menos) o (meu) mundo é assim.

E tu vens, de rompante,
e vais de repente,
e voltas de fininho,
e desapareces mansinho
e perdes-me no meio de sonhos e sentidos,
memórias e vontades,
medos e verdades.

E eu vou ceder.
Se vieres, eu sei que não resisto.
E se fores, eu sei que eventualmente, de uma forma ou de outra, voltarás.
E se não voltares, saberei antes de tomares essa decisão.

Porque eu já decidi algumas vezes por um ponto final que, no final, virou uma vírgula baça, quase transparente e agora tenho sérias dúvidas se estas reticências serão o encerramento da tua frase.

Se forem, eu sei que um novo parágrafo vai surgir e, sinceramente, estou mais despreocupada que nunca.

Se não forem, por favor, volta com tudo. Volta com todas as palavras que sempre usei para te descrever, com toda a carga que te envolve desde que sou pequena, volta com os meus sonhos no colo e com o meu coração nas tuas mãos.

Ou então, deixa-me ir,
deixa-me perder-me noutro alguém,
deixa-me criar outros sonhos,
deixa-me escrever uma nova história.
Deixa-me escorregar para o futuro,
como se nunca tivesses considerado um comigo.
Deixa-me abraçar um novo mundo,
como se nunca tivesse partilhado o meu contigo.

Ou então vem, vem decidido
vem de vez, vem agora
fica eterna e discretamente,
fica como antes, como outrora.
Toca-me, prende-me, ama-me.
Faz-me sorrir e ficar.
Faz-me poder ver-te,
Faz-me poder ter-te,
Faz-me sonhar,
Como sempre.

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