De mim, euforia
de 2018.
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de 2018.
Correndo o risco de me tornar repetitiva, não podia deixar de dizer o quanto quero tudo o que me podes dar.
Quero o teu toque,
o teu respirar junto de mim.
Quero os teus beijos de cinema, os teus beijos de "até já".
Quero os teus boas noites em beijos na testa,
e quero uns bons dias frequentes...
quero todos os (bons) dias a que temos direito!
E todas as noites.
Quero passar os nascer do sol contigo, mesmo que a dormir.
Quero passar as luas cheias,
luas nova,
e todas as luas.
E tempestades.
E noites geladas.
E noites para derreter - por ti e por causa do calor.
Quero todas as séries.
Todos os filmes.
Quero não os ver contigo, porque adormeço em ti.
Quero que me contes todos os teus segredos,
quero conhecer-te como ninguém.
Quero as conversas sérias,
as conversas sobre o tempo,
ou jogar conversa fora.
Quero que me conheças,
que me entendas,
Que me agarres (pela cintura e pela alma).
Quero descobrir-nos.
Porque acredito que o amor ainda existe,
e que o amor é isso.
É termos tudo um do outro,
e partilharmos o mundo,
e vivê-lo juntos.
Prometo dar-te tudo de mim,
e quero que não hesites em dar-me o melhor e o pior de ti.
De ti, quero tudo!
Fui eu!
Claro que a culpada fui eu!
A culpada fui eu porque acreditei em tudo aquilo que dizias,
Sem nunca desconfiar que podia ser mentira.
Porque eu dizia a verdade,
Era suposto tu também dizeres...
Porque se eu dizia a verdade,
Claro que tu também a dizias!
Nada foi real.
Soa tudo a tragédia romântica,
com cortinas fechadas no fim do teu último ato,
e eu deitada no chão, em pedaços.
Que interpretação perfeita!
O Óscar vai para ti,
com o papel ideal,
tal ilusionista,
tal ator principal,
cheio de politiquices,
sem moral,
cheio de promessas,
truques de magia,
encanto.
Talvez um dia...
A culpada fui eu!
Hoje, assumo toda a culpa,
A minha ingenuidade,
A minha inocência...
Assumo todos os meus erros.
Mas agora...
agora podes levar tudo.
Leva os teus beijos,
As memórias...
Leva cada desculpa que pediste,
Cada desculpa que me deste,
ou mentira que constaste.
Leva cada palavra,
Leva todos os sonhos.
Deixa-me esquecer o que sentia quando me olhavas,
Deixa-me esquecer que não dizias tudo aquilo
que eu queria dissesses.
Leva as palavras desperdiçadas,
Leva as ideias que trocámos,
tira-me o teu toque,
tira-me os arrepios que provocaste,
leva o teu cheiro,
o teu abraço,
leva o perdão que tanta vez pediste nos meus lábios,
Leva cada pedaço daquilo que vivi,
contigo.
Deixa-me acordar e pensar que nunca exististe,
Deixa-me esquecer-me da culpa,
deixa-me esquecer da ilusão que criaste...
que criei.
Deixa-me voar.
DEIXA-ME VOAR!
Deixa-me voar sem pensar que preciso de ti para me segurar,
Deixa-me respirar.
Deixa que a minha alma saiba o que é ser,
sem ti.
Deixa-me confiar em mim.
Agora...
Agora deixa-me ser eu...
Como eu nunca devia ter deixado de ser.
Deixemo-nos de cenas : a vida e o mundo de hoje em dia são - inevitavelmente - stressantes. Nós sobrevivemos, claro: cada vez desenvolvemos mais e melhores ferramentas para cuidarmos de nós próprios, para aproveitarmos ao máximo a nossa própria companhia, para cultivar o amor próprio (que palavra cliché, não é? parece que agora pegou moda, mas nem nunca devia ter saído de circulação), para sabermos namorarmo-nos e gostar de nós porque "se não gostarmos de nós quem gostará"? Mas ninguém sobrevive completamente sozinho.
Precisamos de ninhos para aterrarmos (nem que seja de vez em quando), marinas-colo para desembarcarmos em bom porto, pessoas-abrigo, abraços-casa.
Esqueçam a paixão - diz-vos uma romântica incurável, uma apaixonada assumida. Aprendam que para além de o amor poder ter várias formas, nem sempre começa com pernas bambas e corações acelerados, nem sempre nos apaixonamos, nem sempre derretemos. Há amores que começam devagar, há amores que são apenas amizade e amores que começam em amizade, há amores sem paixão - dos amores românticos ou não - e há os amores loucos de paixão.
Aceitem pessoas em ponto-lagarta, e tragam cores à vossa vida . As pessoas - e as relações - sofrem metamorfoses e nós devíamos encher a nossa vida de borboletas! Semear palavras, plantar gestos e viver num jardim - num jardim que, obviamente, temos de cuidar para se manter bonito.
Sejam a paz de alguém, e cultivem (cativem, cuidem) quem vos traz paz.
Tenham quem vos sossegue, quem vos traga boas energias, quem vos faça vibrar, quem vos anima e faz (sor)rir. Tenham quem vos é calma, porque no fim do dia - no fim da (rotina da) vida e nos "fins dos mundos" todos por que o nosso mundo passa - quem nos ama é quem nos embala, quem nos acolhe e cuida, quem nos é - e traz - paz.
(E, se não trouxer paz, deixem ir.)
Deixaste-me ir. Talvez achasses que eu ficava e que esperava. Talvez achasses que sempre estaria ali na mesma, que te abriria a porta quando quisesses chegar.
E até chegarias sem aviso. E eu estendia a tal passadeira, que que te levava a uma porta escancarada. E, se eu já estava bem, com pontaria, chegarias quando eu estivesse a viver no meu melhor. E eu confesso que quis muito fazê-lo. Confesso que durante demasiado tempo, mantive tudo a postos para um regresso mais que sonhado. Mas eu sempre ouvi que quem não está connosco lá em baixo, não nos merece cá em cima. E sempre me disseram que virias. E quando o diziam, eu acreditava. Acreditei - e desejei! Ai se o desejei! Quis muito! Quis tanto!
E confesso que esperei.
Aliás, rezei que estivessem certos, e esperei. E rezei para que não demorasses, e esperei. E vi a minha vida seguir sem ti, e quase (quase mesmo), que desesperei. Mas depois fui deixando de esperar, deixei de saber se o desejava assim tanto, deixei de rezar por um regresso que cada vez mais se atrasava, deixei os sonhos esmorecerem, deixei de ouvir quando diziam que virias. Deixei de acreditar.
E se já estava bem antes de ti, comecei a acreditar que a tua partida foi mais um pequeno embalo na subida. Assumi o erro a mim própria - não o ter-te encontrado, te ter deixado entrar e ter encaixado tão bem em ti. Mas o de te ter esperado tanto. Pedi-me desculpa por ter acreditado que virias - tu já tinhas ido, e eu errei comigo própria em não deixar tudo o que era teu ir também! Mudei a frase feita para " o que não nos subtrai, acrescenta".
Caramba! Como eu demorei a assumir a tua ausência! Como demorei a aceitar-te como algo bom mesmo depois de ires, como eu demorei a respirar de novo! Mas sabes o que percebi? A minha respiração não tinha ido contigo – eu recuperei o folego que já não tinha desde que te abracei a primeira vez!
A sério ! Sabes aquela sensação de que o tempo para quando beijas alguém por quem te apaixonaste? Ou… ou aquela sensação de choque elétrico no primeiro toque a sério, que parece que te tira o chão e te deixa em suspenso? Eu acho que foi aí a última vez que respirei devidamente. Aí, nesse preciso momento. Naquele primeiro momento em que me a tiraste por algo bom. Ires foi , vejo agora, algo bom! E tudo nos entretantos, entre esses dois momentos terá sido uma montanha-russa de emoções e momentos.
E eu até gosto de montanhas-russas, mas é constante ficar de respiração suspensa. E talvez essa frequência não tenha sido saudável. Talvez a tua, minha, nossa volatidade não tenha(m) também sido a coisa mais saudável de sempre. E depois deixei-te ir.
Calma! Eu sei que não precisaste da minha autorização para ir. Pelo contrário, foste de repente, sem olhar para trás, sem permissão, justificação, hesitação ou qualquer tipo de explicação para comigo. Aí, deixaste não só a minha respiração em suspenso, como toda eu fiquei a levitar nas últimas palavras ditas. Toda eu fiquei em suspenso no que poderia ter sido e no que poderia ter feito, e dito e … talvez não fosses. Não logo, pelo menos. Não tão pronto, esperava eu… Porque tu irias na mesma, vejo agora – por outros motivos, por outras vidas ou eventualidades. Aliás, não irias – continuarias! Percebi que fui de passagem. Talvez uma pequena lomba na tua caminhada, uma pequena estação de serviço, um ligeiro apeadeiro.
Mas eu só soube da tua viagem quando já não tinha como te agarrar nem a ponta da camisola (e também nunca fui muito boa a correr, não é verdade?). Quando (re)começaste a ir, eu não me apercebi - estava muito distraída com o tão bom que achava que tínhamos! Depois quando já não estavas, eu preferi acreditar num regresso que eventualmente fosse acontecer… E demorou a cair a ficha da inexistência desse momento: a minha vida pode ser uma comédia romântica, mas, ao contrário do que cheguei a pensar, ela começou com a tua saída dela.
Sabes aquele evento que desencadeia o resto do filme? Não foi a tua entrada na minha vida. Tampouco foi toda a nossa história. O evento que despoletou tudo o que podia estar em exibição num cinema perto do mundo, foi a tua saída exímia, a tua audácia de descartares tudo o que era incrível, a tua inocência em descorar o melhor que poderíamos ter tido.
Talvez nunca te tenha passado pela cabeça voltar, afinal de contas. Talvez nem te tenha passado pela cabeça, se quer, olhar para trás! E eu que tanto sonhei com esse momento, agradeço agora ter perdido a esperança que ele viesse a acontecer.
E eu ainda te vejo. Porque o universo quer-nos perto, eu acho. Mas perto e juntos é diferente. Mas perto e unidos não é, definitivamente, o mesmo. Mas já não faz mal. Vejo, sorrio e sigo. E não me importo de ter sido apenas um pequeno contratempo para ti. E espero não te ter atrasado, muito sinceramente.
Do fundo do meu coração - e daqui de cima - espero que estejas mesmo bem.
Deixaste-nos ir. E talvez a tua ideia nunca tenha sido voltar. Talvez a tua ideia tenha sido ir desde o primeiro momento. E tudo bem, eu também já fui e voltei a respirar.
Vais voltar?
Se disseres que sim, eu espero.
Se disseres que vens, eu fico.
Se disseres que queres, eu quero.
E prometo que te deixo a porta aberta.
Deixo-te a porta escancarada,
Para que chegues sem entraves,
Para que chegues sem demoras,
Para que venhas sem desculpas,
Sem perguntas,
Só respostas.
Até estendo passadeira vermelha,
(Ou azul, se preferires),
Para que saibas a direção,
Para que tenhas a certeza de que te quero aqui,
Para que regresses sem hesitação,
Sem qualquer dúvida da minha vontade.
e que nunca te diria que não.
Como diria?
Só não me peças que seja eu, por favor.
Não peças que seja eu a ir,
Não ponhas esse passo em mim,
Que não fui eu quem fugiu,
Não fui eu quem desistiu
Não fui eu que pedi o fim.
Por minha vontade ficávamos e seríamos,
Mas tu foste, mesmo assim.
Mas ainda acredito, sabes?
E ainda quero que voltes.
Voltas?
Se voltares, eu recebo-te.
Recebo-te de alma e coração,
Recebo-te de braços abertos,
De regaço disponível,
De olhos brilhantes,
E o todo mais que for possível.
E até posso ir contigo depois:
A sério que vou!
(como sempre fui)
Mas só depois de vires tu.
Vens?
Tens a porta aberta,
Entrada mais que disponível,
Para que saibas que podes mesmo voltar,
Para que possas vir e não querer ir mais,
Para que possas vir, rir, entrar e ficar.
Não garanto esperar para sempre,
O tempo urge,
A vida voa,
O futuro ecoa,
As coisas mudam de repente,
E eu não sou assim tão paciente.
Mas, para já, ainda quero.
(Quero muito.)
E garanto que ainda te espero,
E até prometo que me esmero,
para não voltarmos a ir.
Mas só depois de vires tu.
Eu sabia que voltarias.
Eu sabia que ia mergulhar novamente nesses teus dois pontos chocolate, que iria saborear de novo esse sorriso caramelo que tanta fome me dava, que ainda iria ver o meu corpo no teu a dar um nó - um nó cego, daqueles que custa a desapertar e que nunca ninguém iria ser capaz de explicar.
Eu sabia que todo este esforço iria trazer um bom prémio no final, todo este alvoroço traria o melhor resultado possível, toda esta tempestade traria a maior paz quando passasse. Seria impossível resistirmos, depois de tanto, ao abraço um do outro, aos sussurros e conchinhas, aos cheiros e toques, aos beijos e cuidados. Seria impossível não querermos repetir toda a ligação inegável, toda a paixão que nunca fora pronunciada, toda o fogo que nunca fora controlado, todo o orgulho que sentíamos um pelo outro. Nunca fora segredo, toda a cumplicidade.
Mas agora... agora tudo além estava pronto a ser desvendado, por fim. Nada nos pararia! O mundo começara a girar como nós desenhámos: a passadeira vermelha estava, finalmente, estendida para todos aqueles sentimentos oprimidos e a avenida aprumada para os medos sambarem para fora dali.
Bem vindos, de alma e coração, ao cliché do resto da vossa vida!
Os cientistas deveriam, com certeza, estudar como era possível toda esta química nunca ter dado em explosão. Nunca entrara: sempre a podemos controlar, sempre a soubemos resguardar. Sabíamos como a tratar com o jeitinho certo para ser tão nossa, e só nossa, mesmo que exibicionista.
Dentro do caos da vida e da rotina, dentro do caos da agitação e da ansiedade, dentro do caos de uma anarquia, virámos ponto de encontro. A sorte trouxe-te para mais perto, o destino fez-nos um do outro no momento certo - e eu sabia tão bem o nosso lugar, dentro de todo o caos! O mapa deste tesouro estava muito resolvido: eras centro, eras serenidade, eras ponderação e proximidade.
Nunca fomos urgência, nunca fomos imediato ou promessa. Nunca fomos simulação ou concretude. Éramos segurança e descanso, desejo e amparo. Encontrávamos um no outro um ar mais respirável e uma força que tornava tudo fácil. Encontrámo-nos um no outro, com a tranquilidade de quem sabe que a pressa não traz perfeição: e nós éramos perfeição ideal, dentro de todos esses caos. Nós ficámos um do outro sem deixar de ser de nós, nós ficámos todo um mundo com todo o tempo para se fazer descobrir.
Sabíamos que a vida é curta de mais para ficar a pensar , para perder tempo e, talvez por isso, nos tenhamos encontrado finalmente, depois de tanto nos vermos. Vimo-nos diferente, depois de pousarmos um no outro, depois de nos encontrarmos. Aterramos um no outro, novamente e no nosso nada caos, com todo o caos em volta: eu sabia que voltarias - e eu não precisava de ti, não precisava desse teu jeito ou de toda a paz que me trazias, nem te ia pedir para ficares para sempre, mas esperava que o quisesses tanto quanto eu. Dava tempo para isso - ainda dava tempo para ficarmos um no outro para sempre.
Dentro de todo este caos de estar sem ti, eu sabia que virias. Dentro de todo este caos, que era ter-te sem nos ter, eu sabia que te teria. Dentro de todo este caos de não saber como nos querer, eu sabia que nos queria. Eu sabia que voltarias.
Só mais um pouco, por favor. Mais um bocadinho, que eu prometo que é rápido!
Só preciso de um pouco mais. Uma última palavra, um beijo, um toque, um abraço. Só mais uns segundos, por favor.
Dá-me só mais um olhar, um sorriso, um passeio, um cafuné. Dá-me só mais uma chamada, uma mensagem.
Dá-me mais um jantar, uma fatia de pizza encomendada à pressa, uma bolacha... uma dentada, apenas. Dá-me só mais um encontro: bebemos um café? Só mais um copo. Um gole, talvez? Um pequeno tragozinho...
Pausa-nos. Guarda-nos. Preserva-nos.
Dá-me só mais um momento. Só mais uma caminhada por mim, num caminho sem volta até ti. Depois volto eu a mim, mas fico-me contigo. Prometo chegar e não partir. Prometo ficar. Prometo-te a minha existência. Prometo os “aindas”, os “tudos”, os “sempre”. Prometo-te as palavras de significado doce, intenso e permanente. Prometo um beijo longo à chegada, um ainda maior nas despedidas provisórias. Prometo-te um toque demorado que pernoite. Prometo-te abraços apertados sem motivo, e os confortantes sempre que precisares. Prometo ver-te. Prometo guardar-te os olhares, os sorrisos e o cafuné de domingo à tarde.
Dá-me o que ainda não me deste. Deixa-me dar-te o tanto que tenho para oferecer. Dá-me só mais um pouquinho, que eu dou-te tudo o que poder, para quereres partilhar tudo o que tens para mim. E eu depois dou-te o tempo todo do mundo. Dou-te todo o meu mundo, na verdade. Só preciso de mais um bocadinho... dás-me mais uns minutos , por favor? Umas horas talvez... ainda há tanto para fazer – um mundo gigante para vivermos, um beijo inteirinho para demorarmos.
Demora-te aqui: fica com delongas... que daqui, da minha parte, por esses lábios - e todo o resto - não hesito em ficar, e ainda há tanto que te quero mostrar e tanto para te desvendar! Fica mais um bocado, que ainda é cedo. Não vás já, que mal te vi - mal nos senti e bem nos quis. Fica-te por aqui, sim? Pelo menos mais um pouco: dá-me mais um pouco de ti.
Dá-me mais um pouco de nós – uns dias, talvez. Talvez seja ousadia da minha parte, sendo o tempo algo tão precioso... Mas seria muito pedir-te mais uns meses? É só mais um pouquinho e perdoa-me a loucura, mas cada vez que penso em ti, quero-te um pouco mais. Quero-nos um pouco mais – um trago do que não era perfeito, mas tão bom.
Dá-me mais um pouco de nós: peço, talvez, só mais uns anos e depois ficas o resto da vida, como quem não quer a coisa. Só quero mesmo um trago a mais: um trago dos “sins”, dos “gosto”. Um trago dessa intuição, porque a minha ambos sabemos que não funciona. Um trago de um sonho que não seja tão breve, um trago de um “era uma vez” que pode imediatamente ser um “para sempre”.
Dá-me só mais um pouco mais de nós, um pouco mais disto, que soube a tão pouco. Dá-me só mais um trago de nós... só mais um trago de ti, por favor.
Fomos um momento apenas:
um apontamento no calendário,
um meio sorriso,
um movimento arriscado,
um canto perdido num mundo imaginado,
um caminho escondido a corta-mato,
um gesto mal-amanhado,
uma meia palavra, meia lua,
céu nublado com abertas,
uma gota perdida numa rua.
Fomos um livro gigante em miniatura,
mas apenas uma linha fina numa folha A4,
um soluço do tempo,
um boato com cinco minutos de fama,
um dicionário sem definições,
perguntas sem resposta,
um pretexto sem contexto,
sem paratexto.
sem momento,
sem encaixe,
sem nexo.
Fomos uma tontice de uma cabeça
com asas que toda a gente dispensa,
um achaque de um peito inquieto,
um impulso de um coração intenso.
Fomos uma boca prestes a falar,
um abraço longe de apertar
um olhar que nunca se trocou,
um beijo que ficou por dar,
um segredo por guardar.
Fomos um presente envenenado,
uma vida não vivida,
o rescaldo de uma epifania,
uma fofoquice de uma epopeia,
o prólogo de uma letra capital,
uma antestreia sem estreia principal,
uma antevisão de um jogo sem apito inicial,
empatado por falta de comparência de ambas as partes.
Fomos nem duas palavras,
um segundo de história,
um poema de um verso,
que não rima,
não termina,
e é impossível de declamar.
Fomos um ponto final,
uma música que nunca se fez,
uma ideia que se desfez,
uma lenda pouco encantada,
um conto sem final feliz,
fomos um sopro,
um ápice,
fomos pouco mais de uma vez,
fomos um momento apenas,
um momento de pouca lucidez
e éramos para ser tudo de uma vez.
Éramos os dois,
Éramos uma vez.
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